20.5.13

amor-instante

'Foi quando percebi você comovido? Foi aí que eu, de acordo, enterneci? Foi em alguma coisa que alguém disse? Fração de quê ou de quem? Foram passos que eu dei, dentes que escovei, vogais da minha voz? Foi essa manhã? Onde? E quem presenciou – será que percebeu? Foi a bossa nova nos ouvidos, o pouso daquele avião? Foi em um esbarrão ou entre garfadas? Foi de olhos fechados?

Qual meu álibi? Onde eu estava, que deixei isso acontecer? Onde, se não em mim mesma? Amores-instante são um clichê na minha trama - o segundo inaugural em que passo a me sentir dois.'



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Nota: Perceber-se apaixonado é bom, né? Todo dia é melhor ainda.
(Dia nenhum é um desacato)